Mais que uma confeiteira, dona Geni Otavinha Bertoletti Zamboni, 67 anos, tem a habilidade de somar ingredientes especiais como amor, liderança e simpatia. Com esses sentimentos, ela nutriu seu negócio na agricultura familiar e temperou com muita habilidade, persistência e determinação. Ao trabalho na agricultura adicionou sua vontade de cozinhar, misturada com visão de negócio e adaptação. Com essa receita especial, ela manteve sua família unida e construiu há nove anos a Geni Zamboni Sabores Coloniais. Este diversificado cardápio que ela acrescentou à agricultura familiar do município de Flores da Cunha, rende hoje a homenagem da Câmara de Vereadores, como Agricultora Destaque 2023. O título será entregue em sessão solene, na quinta-feira, dia 27 de julho, na sala de sessões Olindo Carlos Toigo, na Casa Legislativa Raymundo Paviani, com transmissão pelo Facebook e YouTube.
Filha de Angelina Rosa Strapazzon e Fioravante Luiz Bertoletti, Dona Geni nasceu em 23 de novembro de 1955 em uma família de 10 irmãos, na Vila Jansen, em Farroupilha. Desde criança, Geni trabalhou na agricultura. Aos 7 anos, seu pai já a envolvia nas atividades rurais. Após seu casamento, em 2 de julho de 1978, com Alzir Zamboni (in memorian), passou a morar em Mato Perso, Flores da Cunha. Mãe de César Luiz Zamboni, 44 anos, Jaquiel Zamboni, 41, Suzana Zamboni, 36, e Angela zamboni, 31, sogra de Valquíria, 41, Alexandre, 40, e Guilherme, 31, e avó de Caroline, 10, Isabela, 5, e Miguel, de 1ano e 6 meses.
Cozinheira de mão cheia, ela sempre cultivou a paixão em produzir bolos e ajudar na cozinha das festas comunitárias. "Eu sempre gostei de cozinhar! Veio da minha mãe, que também era cozinheira de festas de interior. Sempre gostei de mexer com comida", destaca Geni. Mas o trabalho na produção agrícola não deixava espaço para se dedicar à confeitaria. Com o falecimento do marido, em 17 de novembro de 1997, e com os filhos ainda muito jovens, Geni passou a envolver os dois filhos mais velhos no cultivo das videiras e pessegueiros da propriedade. Assim, há nove anos, conseguiu se dedicar à culinária que sempre foi sua paixão, dando início a agroindústria de produtos coloniais, inaugurada oficialmente há quatro anos, ao lado da filha Suzana, hoje Chef de Cozinha Internacional pela UCS/ICIF.
A propriedade conta atualmente com nove hectares de parreiras, das variedades Bordô, Magna e Carmem, além de um hectare de pêssego das variedades Chimarrita e PS Tardio. Na agroindústria, Geni recebe encomendas dos municípios de Flores da Cunha, Farroupilha e Caxias do Sul e, em um mês, chega a produzir cerca de 150 quilos de salgados, 5 mil unidades de docinhos, 100 quilos de pães, 40 quilos de torta, além de biscoitos e grostoli.
A agroindústria foi um novo capítulo na vida de Geni, já que permitiu que ela se dedicasse ao que mais amava, ao mesmo tempo em que agregava mais uma fonte de sustento para a família. "É tudo de bom, porque se precisasse ir para colônia hoje eu não conseguiria mais. Aqui, consigo trabalhar de manhã à noite e sempre disposta para tudo", comemora Geni.
Com visão de futuro, dona Geni sonha em expandir o negócio em parceria com outras indústrias da região e continuar conquistando novos clientes, sempre com o apoio dos filhos. “Eles sempre aprenderam o que eu fazia. Sempre levei eles junto comigo. A mais nova é enfermeira, ela não quis seguir o caminho daqui, trabalha no hospital. Na agroindústria, eu e a Suzana, e os dois guris estão se virando na colônia, mas graças a eles, consegui levantar. Se eu não tivesse tido esse apoio deles, com certeza, não iria conseguir", ressalta.