Na sessão desta segunda-feira, 03 de julho, o vereador Ademir Antonio Barp (PMDB), reforçou a criação do Banco de Alimentos no município. O edil falou sobre a importância para as famílias da região da Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (EFASERRA). Localizada no interior de Caxias do Sul, mais precisamente na 3ª Légua, a instituição é um modelo diferenciado de ensino, voltado para os jovens do campo com o objetivo de evitar o êxodo rural e de dar uma qualidade de ensino para quem deseja continuar no campo. Barp acredita na importância dessa escola e do trabalho desenvolvido junto aos jovens do nosso interior e também jovens que tenham interesse e trabalhar e desenvolver a agricultura familiar, aprimorando cada vez mais o trabalho no campo gerando renda, desenvolvimento e garantindo a sucessão familiar.

     O vereador também esclareceu o fato acontecido na última quinta-feira dia 29/06, episódio esse que causou grande repercussão em nosso município e principalmente pela propagação intensa nas redes sociais. Tratava-se apenas de uma prática operacional realizada na vinícola, onde estava sendo realizada uma trasfega de um caminhão tanque para o enchimento de um outro tanque maior instalado na empresa. O produto (mosto de uva) estava em processo fermentativo, que com a incorporação do oxigênio, causou o desprendimento do gás carbônico presente na fermentação, vindo a transbordar pela abertura superior parte mínima do líquido. “Não houve danos materiais, nem humanos, nem ao meio ambiente”, finaliza Barp.

Conheça a EFASERRA:

     As EFAs surgiram na França em 1935. Esse modelo de escola foi trazido para o Brasil, em 1968. A partir disso, difundiu-se, e hoje existem 150 EFAs em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul, a 1ª EFA iniciou em Santa Cruz do Sul (EFASC), através de pequenos agricultores, em 2009. Hoje possui 98 alunos em formação e 132 alunos formados.

     A Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha surgiu em 2011 a partir da experiência da EFASC. Após uma série de reuniões em diversas comunidades do interior, de diferentes municípios da Serra, para verificar se haveria aceitação, criou-se, em 2012, a Associação Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha. Em abril de 2013, a EFA foi registrada junto ao Conselho Estadual de Educação, o que possibilitou o início das aulas em maio de 2013. A primeira sede da EFASERRA era em Garibaldi até dezembro de 2014 a partir de janeiro de 2015 a Sede passou para Caxias do Sul.

     Esse modelo de escola se diferencia dos demais por não se enquadrar nos estereótipos comuns de educação. Primeiro por não ser uma escola particular, pois recebe algum incentivo do município, nem pública, pois os pais auxiliam com um valor mensal. Na verdade ela é um modelo de escola comunitária onde tanto os pais, como a comunidade, professores, alunos e o município precisam colaborar para o bom funcionamento.

     Na escola, o modelo de educação utilizado é a Pedagogia da Alternância, ou seja, se caracteriza por alternar a formação do aluno entre momentos no ambiente escolar e momentos no ambiente familiar/comunitário, troca de conhecimento com atores do sistema formal de educação e também com membros da família e da comunidade na qual vive e que podem fornecer-lhe ensinamentos sobre aquela realidade.

     A EFASERRA oferece formação integral do Ensino Médio aliado ao técnico, tendo presente essa relação entre teoria e prática, Ensino Técnico focado na realidade local vitivinicultura, olericultura, pecuária. Também Inclui no ensino outras práticas como o coletivo de atividades, grupo da cozinha, da limpeza, da mística e da folga, convivência com diferentes opiniões e jeitos de ser, consciência da responsabilidade social, com referência aos seus espaços de vida, inserção na rotina da comunidade.  As novas inscrições para o curso serão abertas a partir da segunda quinzena de outubro.

     Hoje a escola tem um grupo de 78 alunos subdivididos em: 1º Ano: 33 estudantes, 2º Ano: 13 estudante, 3º Ano: 12 estudantes e também conta com 28 estagiários, que precisam de um estágio de 400 horas em empresas agropecuárias, ou entidades ligadas a agricultura, como Emater, Secretaria municipal de agricultura e outros segmentos agrícolas, sendo sempre acompanhados de um monitor habilitado, engenheiros agrônomos, técnico agrícola, enólogo, veterinário.

      A manutenção da escola é feita através de uma associação de pais, também recebe recursos da Fundebe, da Secretaria do Estado, SDR, (Secretaria de Desenvolvimento Rural), CESCOOP, Senar (Serviço Nacional de Agricultura), Mitra Diocesana, prefeituras, Sicredi Pioneira, Cooperativa Nova Aliança a qual tem alunos do Cescoop Bolsista.

     O prédio temporariamente alugado de um grupo de empresários por um valor simbólico como forma de apoio, mas está se buscando uma área nova em Fazenda Souza. O corpo docente é formado por 12 professores monitores. Oito professores de matérias exatas e humanas e quatro de área técnica. No primeiro ano no início das aulas o aluno precisa elaborar o histórico familiar (de onde a família veio, se houve mudança de propriedade, o que cultivou ao longo do tempo etc.). Um mapeamento da propriedade, um croqui com área trabalhada, casas, galpões e app (área de proteção permanente) e um levantamento da comunidade e do município onde vive. No último ano o aluno precisa apresentar um projeto teórico-prático de um projeto que implantará em sua propriedade.