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01/10/2018

Vereador fala sobre índice da Educação e o fraco desempenho do Ensino Médio.

Vereador fala sobre índice da Educação e o fraco desempenho do Ensino Médio....

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      Na sessão desta segunda-feira, 01 de outubro, o Vereador Clodomir José Rigo (Progressistas), utilizou a tribuna para defender duas indicações. A Indicação nº 180/2018, que indica ao Prefeito Municipal a disponibilização de uma vaga de estacionamento rotativo, com tempo máximo de 15 minutos, na rua Ernesto Alves, 2347, em frente à CCR Produtos Ortopédicos e a Indicação nº 183/2018, que reivindica a colocação de uma academia ao ar livre e a realização de melhorias na praça localizada no loteamento Bela Itália, em São Gotardo, tais como: limpeza, iluminação, conserto dos brinquedos e reposição da areia na cancha de esportes.

      Na oportunidade, Rigo falou sobre os índices da Educação no Brasil e a dificuldades sobre o desempenho dos alunos no Ensino Médio, onde no Brasil são investidos por aluno cerca de 3.500 dólares, enquanto que em países desenvolvidos a média anual é de 10.500 dólares por estudante, como é o caso de Portugal, que buscou alternativas em plena crise econômica para alavancar a educação.

 

Confira a matéria na íntegra:

 

Conforme dados, o País é o penúltimo no ranking de educação, elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 34 países, que levou em conta os critérios do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). No exame são considerados itens como o desempenho em leitura, matemática e ciências, a média de anos que os alunos passam na escola e o percentual da população no ensino superior.

O número de alunos universitários no Brasil é baixo: pouco mais de 8 milhões, segundo o Censo da Educação Superior de 2016, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mas é antes dele, no ensino médio, que começa uma cruel seleção natural que desvia os alunos de uma formação mais consistente na universidade. O foco mais acadêmico do curso, que por ora tem currículo único, mas já começa a mudar por iniciativa de alguns Estados, acabou tornando-se um obstáculo, inclusive, para que os estudantes tenham a opção de se profissionalizar e encarar o mercado de trabalho com melhor formação, avaliam especialistas.

Para muitos, esse labirinto do ensino se dá porque faltariam recursos para a educação do Brasil, algo que teria sido agravado com o congelamento de gastos públicos para os próximos 20 anos, aprovado em 2016. O Brasil, na verdade, não investe pouco na formação de seus jovens. Segundo Andreas Schleicher, diretor do Departamento Educacional da OCDE, e um dos idealizadores do PISA, o Brasil gasta 4,9% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na educação do primário à universidade. Esse percentual está longe de ser ruim: é ligeiramente inferior aos 5,2% da média da OCDE. Para ele, o desafio não é apenas ter mais dinheiro, “que claramente é importante”, mas também gastá-lo de forma mais eficiente. Muito embora as cifras brasileiras sejam superlativas, colocando o país entre as dez nações mais ricas do mundo com um PIB de 6,6 trilhões de reais em 2017, o abismo social coloca qualquer cifra em perspectiva. Um levantamento da OCDE, divulgado em setembro de 2017, mostra que o país gasta anualmente 3.800 dólares por aluno no ensino fundamental e médio. Enquanto isso, a média nos países da OCDE nos últimos anos foi de 10.500 dólar por aluno. O segredo de Portugal para avançar muito na Educação em pouco tempo, sendo destaque entre os países desenvolvidos.

Na gestão de Nuno Crato, ex-ministro da educação de Portugal entre 2011 e 2015, o ensino médio foi universalizado sem que isso resultasse em queda de desempenho. Pelo contrário, o ensino melhorou. Além disso, após batalhas jurídicas, o ministério conseguiu tornar públicos os resultados das escolas, que não eram divulgados. Não havia ainda provas finais até o nono ano do ensino básico. Passou-se a ter avaliações anuais e isso ajudou a aprimorar o currículo da etapa seguinte.

O Governo Português aumentou, também, a carga horária de português e matemática, porque, sem essas disciplinas, “o aluno não entende o que lê nem sabe analisar gráficos”, explica Crato. Foram criadas, ainda, metas a serem atingidas pelos jovens. Depois, ampliou-se o tempo de estudo de ciências, história e geografia, e o inglês passou a ser obrigatório. “Tudo isso foi feito em meio a uma série crise econômica. Nem tudo é dinheiro”, diz o ex-ministro.

Por fim, o ensino profissionalizante passou a ter empresas como parceiras, o que propiciou o acesso a máquinas e laboratórios de ponta para acompanhar as evoluções tecnológicas que o setor privado proporciona. Todas essas reformas garantiram que Portugal se transformasse no grande destaque de 2015, ao ter superado o marco da PISA. Em comparação à primeira edição do exame, em 2000, o país subiu 42 pontos, ocupando a 22ª posição, em um total de 70 países e economias analisados.

Enquanto isso, o Brasil só agora começa a flexibilizar o currículo do ensino médio, tornando-o mais maleável, ainda assim sob críticas, a maioria delas sobre a maneira como a reforma foi conduzida. Ana Inoue, realizou um amplo estudo do ensino médio em 10 países. “O Brasil é o único país dos estudados sem flexibilização”, diz. Agora, a reforma do ensino médio tenta corrigir essa dificuldade.

Na maioria das nações vizinhas, a educação dos jovens é caracterizada pela maior presença do ensino profissional. Aqui, afirma o professor, o sistema homogêneo de currículo “é muito difícil para os jovens”. Na sua avaliação, só uma pequena parte consegue acompanhar o curso. “Também porque eles já vêm muito mal formados do ensino fundamental.”

Um dos grandes problemas aqui, diz, é a falta de atratividade das escolas. “O ambiente não pode ser inflexível e repressivo. O aluno precisa estar livre para escolher o que quer estudar”. E não se trata de um milagre. Ele cita o exemplo de Brejo Santo, pequena e pobre cidade do interior do Ceará, onde o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o mais alto do Brasil.

De todo modo, o país está atrasado nessa discussão, o ensino médio é foco de reforma no mundo todo desde a década de 1970. Aqui, a discussão começou no fim dos anos 1990. Segundo ela, não é possível “transplantar”, simplesmente, experiências de fora para cá. “Os contextos são muito diferentes. A organização do ensino está muito ligada a raízes históricas. ”

Para Ana Inoue, a grande preocupação é não tentar “reinventar a roda” e, nesse sentido, as experiências internacionais servem para trazer descobertas já realizadas para que, no nosso processo de construir um novo modelo para o ensino médio, não repitamos erros básicos, considerando as nossas especificidades.

O momento é desafiador, porque “todos têm expectativas – os alunos, os pais e o Estado”. E a flexibilização do ensino precisa ser um processo contínuo, para não ficar defasada e engolida pelos avanços sociais e de comportamento que a tecnologia promove. Hoje Portugal já é uma referência para os países latinos e principalmente o Brasil, pois todos os dias ficamos sabendo de pessoas conhecidas, buscando naquele país dias melhores, no estudo, no trabalho, no social.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação


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