Confira o pronunciamento na íntegra do Vereador César Ulian (Progressistas):
No início da pandemia em nosso país, estado e cidades, as recomendações que recebíamos pelos meios de comunicação eram de que deveríamos procurar as unidades básicas de saúde e os hospitais apenas se tivéssemos febre e/ou falta de ar.
Contudo, estudos recentes tem demonstrado que o tratamento precoce da doença também é eficaz. Inclusive, no dia 10 de julho, poucos dias atrás, o Ministério da Saúde publicou em suas redes sociais “tratar as pessoas com Covid-19 desde os primeiros sintomas evita a piora da doença, diminuindo a necessidade do uso de respiradores e até complicações que levam o doente para a UTI. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda: em caso de sintomas, procure um serviço de saúde”.
Portanto, acredito ser importante que passemos a divulgar e incentivar esse procedimento aos cidadãos de nosso município para que, assim, possamos frear o grande aumento de casos que tem sido registrados em nossa cidade.
Para isso, fiz uma breve pesquisa para entendermos quais são os protocolos utilizados por outras cidades no tratamento precoce e até mesmo na prevenção nos casos de Covid-19.
Infelizmente não temos, hoje, um medicamento específico para o tratamento da Covid-19, nem mesmo vacina que previna essa doença que se propaga tão facilmente.
Assim, tem se verificado mundo a fora, em nosso país e em nosso estado, um levante para que sejam adotados protocolos que disponibilizem tratamento precoce da Covid-19. Dentre os medicamentos elencados estão a ivermectina, hidroxicloroquina, cloroquina, dentre outros.
O tema é bastante polêmico porque não há comprovação científica segura acerca da eficácia dos medicamentos, entretanto, não sabemos quanto tempo será necessário para que essa segurança seja alcançada. Por outro lado, defensores do tratamento precoce apontam que as substâncias, na prática, têm apresentado efeitos positivos em pacientes com Covid-19.
Sabemos que a utilização dos medicamentos deve ser, necessariamente, analisada caso a caso, e o médico, como profissional habilitado para tal, deve apontar qual o tratamento mais adequado para cada paciente. Além de ser necessária a concordância do doente na adoção do tratamento. Contudo, é imprescindível, que os profissionais de saúde tenham todas as ferramentas necessárias e possíveis a sua disposição. Ou seja, protocolos e disponibilidade das medicações.
Existem cidades que tem realizado procedimentos em massa para prevenir a Covid-19, utilizando ivermectina, como a cidade de Itajaí/SC. Este município estabeleceu, dentre seus protocolos de enfrentamento ao coronavírus, a distribuição à população, após consulta médica e triagem, gratuitamente, da ivermectina (medicamento utilizado para tratamento de vermes e parasitas). Analise das amostragens vem surpreendendo positivamente por diminuição dos sintomas, evitando assim necessidade de internações dos pacientes.
No mesmo sentido, outros municípios tem o feito, como, por exemplo, a cidade de Porto Feliz, no estado de São Paulo, cujo prefeito Antônio Cássio Prado, que é médico, utilizou o mesmo medicamento de forma preventiva em seus profissionais de saúde e tem obtido resultados altamente positivos.
Em nosso estado, diversos municípios, como Gravataí, Cachoeirinha, Parobé e Campo Bom, tem adquirido e distribuído medicamentos preventivos para a sua população.
A procura de meios alternativos de prevenir e tratar a Covid-19 tem sido grande, tanto que “Uma noção da amplitude de municípios que desejam ter a oferta profilática (preventiva),pode ser observada pelas 159 cidades gaúchas que aderiram a um protocolo da Secretaria Estadual da Saúde para receber cloroquina do Ministério da Saúde, tendo a pasta estadual como intermediadora. As cargas do governo federal ainda não chegaram, mas o mecanismo de disseminação já está preparado” (Fonte: Zero Hora, de 09/07/2020).
O objetivo da utilização desses medicamentos “é evitar o colapso do sistema de saúde, já que os coquetéis de remédios teriam potencial, utilizados juntos ou separadamente, para prevenir o avanço da doença ao estágio que demandaria internação em leito clínico ou de UTI”. (Fonte: Zero Hora, de 09/07/2020).
Nesse sentido, em 03 de julho de 2020, foi vinculada notícia no Jornal Pioneiro com a seguinte manchete: “Prefeitos da Serra devem autorizar uso de medicamentos controversos para tratamento precoce de Covid-19”. Consta na matéria que as 36 prefeituras que compõem a área de abrangência da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), estariam avaliando, por meio da entidade, a possibilidade de adotar um protocolo clínico farmacológico em nível regional que autorize a prescrição médica para tratamento precoce da Covid-19.
Segundo resumo do Jornal Pioneiro o TRATAMENTO PRECOCE (resumo da notícia de 03 de julho):
O que é: municípios da Serra avaliam a criação de um protocolo clínico farmacológico que permitirá tratamento de Covid-19 em estágio inicial usando medicamentos como, hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina e ivermectina.
O que muda: prefeitos alegam que o protocolo garantiria mais segurança profissional a médicos para recomendarem tratamento precoce à doença. Até então, para casos iniciais, o recomendado é o isolamento social e a medicação com remédios sintomáticos. Os medicamentos alternativos são usados para pacientes em estágios mais avançados (entubação).
O que não muda: a decisão médica para o tratamento alternativo precisará ser aceita pelo paciente, seguindo a determinação do Ministério da Saúde.
Quando: decisão deve sair nos próximos dias. Protocolo deve passar a valer ainda neste mês, segundo a Amesne.
Mais recentemente, em 10 de julho de 2020, foi vinculada reportagem na Zero Hora com o seguinte título: “Ministério Público Federal e prefeitos negociam acordo para disponibilizar tratamento precoce de Covid-19”. Na dita notícia consta que o procurador da República, encaminhou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com 27 prefeitos da região de Bento Gonçalves para a adoção de um “protocolo de atendimento precoce aos casos suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus, como estratégia de minimizar riscos de agravamento da doença”.
Pelo acordo realizado entre o procurador e os prefeitos, os municípios terão de disponibilizar medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina para que os médicos possam receitá-los aos pacientes na fase inicial da doença, caso os profissionais da saúde entendam que a prescrição dessas drogas seja clinicamente adequada. O paciente terá de assinar um termo de consentimento, como já é pré-requisito hoje.
Segundo notícia da Zero Hora da última sexta-feira, os municípios que estão nesta tratativa com o Ministério Público Federal são 27 (André da Rocha, Barão, Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pillar, Cotiporã, Dois Lajeados, Fagundes Varela, Garibaldi, Guabiju, Guaporé, Monte Belo do Sul, Nova Araçá, Nova Bassano, Nova Prata, Paraí, Pinto Bandeira, Protásio Alves, Santa Teresa, São Jorge, São Valentim do Sul, São Vendelino, Serafina Corrêa, Veranópolis, Vila Flores e Vista Alegre do Prata), dentre os quais não está nossa cidade.
Assim, com o intuito de que nosso município avalie a possibilidade de disponibilizar aos médicos os ditos medicamentos, que, fiz a indicação que foi lida na noite. O objetivo é que os médico e paciente, conjuntamente, possam ter todas as “armas” para lutar contra a Covid-19 a sua disposição.
Infelizmente hoje não vislumbramos a possibilidade imediata de leitos de UTI em nosso hospital, sendo que teremos que depender, pelo menos por ora, dos leitos de Caxias do Sul. Assim, a adoção de todos os protocolos e métodos de tratamento que evitem o agravamento da doença devem estar a disposição dos profissionais da saúde, bem como, se assim entenderem, até para prevenção da doença.