Na sessão desta segunda-feira, 24, a vereadora Claudete Gaio Conte (PDT) utilizou a tribuna para reforçar sua indicação que reivindica a retomada do “Festival Vindima da Canção”. O evento, criado em 1975, contou com 16 edições, sendo interrompido em 1993. Alguns anos após o filho primogênito, município de Nova Pádua lança o Show de Calouros, evento semelhante, que este ano chegou na sua vigésima primeira edição.
A vereadora contou a história do festival, que surgiu com a necessidade de promover e divulgar para o país a uva e o vinho produzidos no município, além de divulgar mais a festa da Vindima de Flores da Cunha. O prefeito da época, Raymundo Paviani, preocupado com o turismo, lançou a ideia de um festival de música que contasse a vida dos imigrantes italianos e de seu trabalho, ou seja, o plantio da uva e a produção dos vinhos.
O Clube dos compositores de Porto Alegre, entusiasmou-se com essa ideia. Seu presidente Demostenes Gonzales, manteve contato com o prefeito Raimundo Paviani, e a partir de 1975, juntamente com a celebração de Corpus Christi, o festival passou a acontecer, sendo organizado em Porto Alegre e apenas realizado aqui em Flores da Cunha.
Após alguns anos a organização também passou a ser realizada pelo município, adequando-se a realidade florense. O festival da Vindima foi considerado um dos maiores e mais importantes eventos musicais do estado, trazendo compositores, músicos e interpretes de todas as regiões do estado e do país e o único festival do estado aberto a qualquer gênero musical. Os secretários de Turismo, que desde 1975 tiveram a incumbência de organizar e realizar a Vindima da Canção foram Eloy Kunz, Claudino Muraro, Elírio Toldo, Severino Bulla e Assis Ferreira Borges.
Foram 16 edições, nem todas gravaram o LP, disco de vinil, da época, o prêmio que o cantor ou grupo ganhava. Um festival que não teve interrupções até o ano de 1986, reconhecido no estado e fora dele e especialmente na região, nenhuma cidade fez um festival como Flores da Cunha fez com as vindimas da canção popular, um festival aberto para cantores autorais, com temática livre. A vereadora destacou que as Califórnias das Canções Nativas foram muito fortes no sul do estado, mas elas só tinha esse foco de música nativista, tradicionalista, diferentemente de Flores da Cunha que aceitava todos os gêneros musicais. O auge do festival foi realizado em época de ditadura militar as músicas, depois de escritas, passavam pelo departamento de censura do estado que aprovava ou censurava as canções.
O projeto estimulou o surgimento de muitos músicos e grupos. Tinha duas linhas: uma aberta a todo o tipo de música, ritmo ou tema e a outra voltada à cultura regional. Em cada uma eram conferidos prêmios em dinheiro e troféus Galo de Ouro, Prata e Bronze para a linha popular e Garrafão de Ouro, Prata e Bronze para os temas da cultura regional.
A vereadora acredita que o contexto do projeto precisa ser repensado, pois muitas questões e gêneros musicais foram sendo aperfeiçoados, além das novas gerações que têm costumes e hábitos diferentes. Claudete acredita que a questão cultural deveria ser mantida em uma categoria local sobre imigração, colonização italiana, vindo ao encontro à Fenavindima. E outra categoria que englobe todos os gêneros musicais. “Para dar certo hoje precisa ser diferente do que era e ao mesmo tempo sem perder a originalidade”.
A vereadora trouxe várias opiniões contrarias à reforma trabalhista, que ela considera um retrocesso, e um desrespeito ao cidadão.
Fonte: Assessoria de Comunicação